Ele foi cantor de opereta e proprietário de agências de publicidade e publicidade exterior, como Publirama (1960), RED e Placa. Barros Queirós foi neto de um empresário, ministro e primeiro-ministro. Apesar de os pais esperarem que concluísse a licenciatura de Direito, o que não fez, dedicou-se a cantar, causando dissabores à família. Se, ainda em 1949, se ouviam na rádio trechos de ópera e diálogos, os cantores de opereta tinham grande popularidade, como Tomé de Barros Queirós (1926-2015).
A carreira musical dele terminaria em 1960, para mim um marcador de mudança de gostos, com o aparecimento de música de língua inglesa como a dos Beatles e a promoção de concursos rock. Durante a década de 1950, Barros Queirós, cantor estreado no Porto com a opereta Púpilas do Senhor Reitor, apresentou-se ao lado de Mimi Gaspar (Maria Luísa Martins Gaspar), sua mulher, tendo vivido em Portugal, Brasil e França. O casal foi intérprete de muitas obras, sempre de assinalável êxito. Houve ainda tempo para participar em programas como Serões para Trabalhadores (Emissora Nacional) e os promovidos pela Robbialac. Na publicidade, ganhou clientes importantes, como a promoção do programa da RTP Vamos Jogar no Totobola. Outro cliente foi a Robbialac, com a mensagem “Então, e agora? Agora? Bate-chapas e tinta Robbialac”, assinada por Ary dos Santos. Sttau Monteiro foi outro escritor a trabalhar para Barros Queirós. No começo da década de 1970, ele seria um dos proprietários da Rádio Ribatejo, com 30% do capital, repartido com Rádio Clube Português (também 30%) e o restante a pertencer a Artur Agostinho, Baptista Rosa e Damasceno Covão.
Em março de 1973, o empresário comprou os direitos da telenovela Simplesmente Maria, que durou para além da revolução de abril de 1974. Nela se contava a história de Maria Ramos, rapariga de 20 anos, analfabeta e com oito irmãos, chegada de uma pequena aldeia a Lisboa para trabalhar como empregada (criada de servir, na designação da época), enviando todo o dinheiro ganho para a família. Maria (interpretada por Francisca Maria) conheceria um jovem de boas famílias a acabar medicina, Alberto (João Lourenço), de quem engravidou e teve um filho, Tony (Carlos Queiroz). A família de Alberto, que condenou o romance entre ele e Maria, mandou-o para África. Outras personagens principais seriam a patroa de Maria (Adelaide João), Teresa, a criada da casa ao lado (Mimi Gaspar), e Carlos, amigo de Alberto (Rui Mendes), que namorava Teresa.
João Lourenço assinara contrato para interpretar os quase 300 episódios. Mas, depressa, o produtor se apercebeu que a personagem desaparecia ao fim de alguns episódios. Como troca, o ator integrou a equipa organizadora da volta a Portugal em bicicleta, então sob a alçada do próprio Tomé Barros Queirós. Este, em Rádio Renascença, produziu ainda o programa Tic-Tac, que durou 25 anos. Tomé de Barros Queirós desempenhou ações na realização da Casa do Artista e na proteção e apoio aos animais.
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