Carmen Dolores (1924-2021) revelar-se-ia, aos 14 anos, no microfone da Rádio Sonora, do senhor Lacombe Neves, a funcionar na rua Morais Soares, em Lisboa. Nas suas memórias, publicadas em 1984, ela recordou assim: “os postos de amadores pediam colaboração. Qualquer pessoa podia apresentar o seu programa e tentar a sorte como intérprete, cantando, tocando, declamando, representando”. O seu irmão apresentara um projeto de recital quinzenal, com números de canto, recitação, piano e pequenos diálogos. Ele tinha uma boa voz de tenor, a sua mulher tocava solos de música clássica ao piano, a futura grande atriz “recitava versos aprendidos na Seleta”. E os três
interpretavam diálogos.
Na rádio daquele tempo, havia ainda “os concursos, o ir a correr ao telefone para ser o primeiro a responder, penso que o único prémio era dizer os nossos nomes, o que já era uma honra! Ao domingo, a grande emoção: as emissões infantis do Tic-Tac e do Senhor Doutor, os dois jornais infantis em voga. O tio Luís, o Castelo, o Cosme, o Jorge Alves, a Mimi Extremadouro, a Milu”.
Autor: Rogério Santos, 2021.
Texto original, com imagens, em https://radio.hypotheses.org/4138.
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