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Ema Paul

Atualizado: 3 de fev. de 2022

Uma notícia referia-se a 16 episódios de Ressurreição, de Machado de Assis, mestiço e com apenas estudos primários, como um dos folhetins da Emissora Nacional em 1970, com adaptação de Ema Paul e direção de José Gamboa.

Ema Paul, nome artístico de Ema Purificação Dias do Canto e Castro (1932-2006), integrou entre 1955 e 1957 os elencos dos teatros Apolo, Variedades, Trindade, Nacional e Avenida. Em 1957, começou a trabalhar em teatro televisivo. Integrou o elenco da Companhia Rafael de Oliveira, em 1975, e, após a dissolução desta, participou com o seu marido, ator Henrique Canto e Castro (1930-2005), no projeto da Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, em 1976. Mas a sua carreira esteve muito ligada à Emissora Nacional, onde fez teatro radiofónico. A partir de 1953-1954, dedicou-se muito à escrita e adaptações para teatro radiofónico. Ela fez parte de vasta lista de escritores e adaptadores radiofónicos da Emissora Nacional como Alice Ogando, Miguel Trigueiros, Odete de Saint-Maurice, Emília Duque, Francisco Mata, Judite Navarro, Adolfo Simões Müller, Carmen Dolores e Eduardo Street.

No processo do folhetim Avieiros, de Alves Redol, trabalhado em 1982, mas produzido apenas três anos depois pela RDP, com 29 episódios, Ema Paul escreveu duas cartas a Fernando Curado Ribeiro, onde se percebe o processo de produção da adaptadora. Numa, de 21 de março de 1982, Ema Paul informava faltarem apenas os dois últimos capítulos, a entregar na semana seguinte após passá-los à máquina de escrever. Na carta seguinte, datada de 14 de abril de 1982, a adaptadora escreveu: “Junto os dois últimos episódios de Avieiros. Finalmente, dirás! De futuro, prometo ser mais pontual no cumprimento das minhas promessas. O problema é conseguir conciliar o meu trabalho daqui, que às vezes não tem horário, com o resto”. No guião, a adaptadora colocava indicações para os intérpretes, como assustado, atrapalhado, resmungão, afastado, furioso e choroso, e para a sonorização, como ruído de mexer na água, passos no saibro que se aproximavam e bater de remos na água.

Autor: Rogério Santos, 2022

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